O Refrigerante do Capeta

Comentando com um amigo sobre a parte do livro Skinny Bitch onde as autoras chamam os refrigerantes de "liquid devil", ou diabo líquido, ele me disse que a afirmação não é original.

Então falou que é só retirar o rótulo de uma garrafa de Coca-Cola, virar ao contrário ou colocá-la diante do espelho e ler a frase "Alô Diabo".

Alguns sites de mensagens subliminares traçam a frase sobre o rótulo espelhado, facilitando a visualização do "conteúdo oculto".

Como acho que isto impede o exercício da imaginação do leitor, aí vai a imagem sem os traços, para colocar a criatividade para trabalhar. Força amigo!



Já no YouTube existe uma animação que foi bem mais longe e rearraja a logo e seu reflexo espelhado em três disposições que, de acordo com as sugestões do autor, revelariam figuras satânicas (acho que é isso que quiseram mostrar):



No site Mission Islam, cuja missão é "promover uma imagem correta do Islã, oferecendo informações corretas e assim enconrajando a responsabilidade individual de procurar e agir de acordo com a verdade", encontra-se um artigo intitulado "Como o Mundo Vem Sendo Inteligentemente Controlado", afirmando que ao refletir a logomarca da Coca-Cola num espelho é possível ler, em árabe, a seguinte frase "La Makkah La Muhammad", que significa "não existe Maomé, nem Meca".

O autor desconhecido do artigo atribui a autoria desta e outras mensagens anti-Islã embutidas na cultura norte-americana aos maçons norte-americanos. E o que isso tem a ver com psicologia?

Quando o Tiro Sai Pela Culatra

Pesquisadores da Universidade de Wisconsin colocaram em dúvida a eficiência da psicoterapia como instrumento de recuperação de indivíduos com depressão.

De fato, a maioria dos processos terapêticos empregados por profissionais da psicologia demandam que o paciente encare seus problemas de forma positiva. A pesquisa afirma que o paciente até busca fazê-lo, mas seu cérebro acaba não cooperando, como mostraram os registros de aumento na atividade da amígdala dos deprimidos.

Os resultados apresentados pelo trabalho de Tom Johnstone mostram que o cérebro de indivíduos deprimidos não responde de forma apropriada quando se depara com estados de humor negativos ou emoções negativas. Aí é onde a depressão pode se tornar uma areia movediça. Quanto maior o esforço empregado para se livrar dela, mais deprimido fica o indivíduo.

A pesquisa destaca que estados depressivos são comuns à maioria das pessoas, mas o que determina a vulnerabilidade à Depressão Maior é a incapacidade de regular estados negativos quando eles surgem.

FONTE:
The Journal of Neuroscience
Failure to Regulate: Counterproductive Recruitment of Top-Down Prefrontal-Subcortical Circuitry in Major Depression(Leia o Abstract)

A Influência Precoce do Hábito de Fumar

A brilhante campanha da australiana NAPCAN (National Association for Prevention os Child Abuse and Neglect) já fez muitas pessoas refletirem sobre até onde vai a influência do comportamento dos pais sobre o comportamento dos filhos, especialmente naqueles que prejudicam suas relações sociais e sua saúde? Especialmente em crianças tão jovens como as mostradas no filme:



No meio de tantas situações tão comuns de imitação mostradas no filme, alguém até poderia considerar um exagero mostrar uma criança imitando o hábito de fumar de sua mãe. No entanto, um estudo da Dartmouth Medical College mostrou que crianças bem pequenas podem ser influenciadas pelo hábito de fumar de seus pais.

Normalmente estudos que buscam medir a influência dos hábitos parentais sobre os dos filhos são realizados com adolescentes. Nunca foi fácil realizá-los com crianças bem jovens, como as do estudo, que tinham entre 2 e 6 anos, por causa de suas evidentes limitações na expressão verbal.

Os pesquisadores utilizaram bonecas para simular, em forma de brincadeira, situações do cotidiano. A criança recebia a tarefa de levar sua boneca para comprar mantimentos para a casa da boneca. Chegando até uma loja de conveniências para bonecas, a criança encontrava 73 produtos que poderia comprar para passar um fim de tarde com os amiguinhos. Entre os produtos havia cigarros, cerveja e vinho.

As crianças cujos pais eram fumantes eram 4 vezes mais propensas a comprarem cigarros do que as crianças cujos pais não fumavam. Em relação às bebidas alcoólicas, a diferença era de 3 vezes entre os dois grupos.

Autora da pesquisa, Madeline Dalton, foca seu trabalho no estudo das influências sociais e nos indicadores do hábito de fumar de adolescentes. Já pesquisou a influência do fumo mostrado em filmes sobre o hábito de fumar de adolescentes (artigo).

O vídeo foi produzido com o apoio da agência de publicidade autraliana DDB.

FONTE:
Archives of Paediatric and Adolescent Medicine
Leia o artigo: Use of Cigarettes and Alcohol by Preschoolers While Role-playing as Adults: "Honey, Have Some Smokes"