quarta-feira, 6 de junho de 2007

Agressividade e Química Cerebral

Pesquisa conduzida pelo Laboratório Brookhaven do Departamento Norte-Americano de Energia, constatou que homens saudáveis com níveis baixos de uma determinada enzima cerebral apresentaram maior índice de agressividade.

O estudo realizado através de neuroimagem mostra a forte ligação entre os baixos níveis da enzima chamada Monoamina Oxidase A (MOA) e os comportamentos agressivos.

Um total de 27 voluntários, todos homens saudáveis e tidos como não violentos, tiveram sua atividade cerebral examinada por Tomografia PET, além de terem sido submetidos a um teste de personalidade composto por 240 questões.

Os sujeitos que apresentaram índices mais baixos de atividade da enzima MOA responderam "sim" com maior frequência à alternativas como:

- Tira vantagem sobre os demais?
- Possui temperamento explosivo?
- Possui índole vingativa?
- Gosta de filmes violentos?

Uma das quatro imagens utilizadas pelo Laboratório Brookhaven neste estudo foi premiada como "A Imagem do Ano 2007", pela Sociedade para a Medicina Nuclear (SNM na sigla em inglês), especialmente pelo fato de reforçar a contribuição científica da imagem molecular para a relação entre a química cerebral e o comportamento humano.

FONTE:
Brookhaven National Laboratory
bnl.gov

Abaixo a Adolescência

Revista Época desta semana traz entrevista com Robert Epstein, ex-editor-chefe da Revista Psychology Today e atual editor-colaborador da Revista Scientific American Mind. Epstein é pesquisador da Universidade da Califórnia, em San Diego, e entre os temas com os quais trabalha estão sexualidade, adolescência e relações amorosas.

Na entrevista, Epstein afirma que boa parte dos comportamentos disfuncionais dos adolescentes decorrem da falta de participação dos mesmos com o mundo adulto. Esta participação permite ao adolescente aprender a ser adulto com os próprios adultos, com os quais não convivem não porque não queiram, mas porque não são permitidos ou encorajados a fazê-lo.

A estrutura escolar vigente é, para o pesquisador, um dos principais elementos colaboradores para esta segregação do adolescente, promovendo a classificação dos indivíduos pelo fator idade, e não por seu conjunto de habilidades ou capacidades. Bill Gates e Thomas Edison são citados para ilustrar que alguns adolescentes amadurecem antes que outros, e que todos devem ter oportunidade e se desenvolver de acordo com seu ritmo particular.

Epstein cita o caso de dois presidentes norte-americanos, George Washington e Jimmy Carter, quando aponta o trabalho como alternativa para a redução dos índices de comportamentos disfuncionais adolescentes. Washington e Carter começaram desde muito cedo a participar - trabalhando - do mundo adulto.

FONTE:
Revista Época - 04.06.2007
revistaepoca.globo.com
drrobertepstein.com